João Hélio

Faz bastante tempo que não consigo atualizar isso aqui. Mesmo hoje, domingo, não está muito fácil parar, mas tem coisas que não podem ser ignoradas...

Estou em estado de choque desde sexta-feira. Estado de choque, mesmo. Estive desligada do mundo esta semana, mas sexta me deparei com a primeira página de todos os jornais falando sobre o mesdmo assunto. Achei incrível olhar um jornal e ver a cara, aparentemente, tomada por um só tema. A curiosidade me levou a ler o que estava escrito, antes tivesse desistido, se tratava do assassinato brutal de um menininho, 6 anos de sonhos, uma vida inteira pela frente! João Hélio era inocente, hiperativo, como meu filho, feliz, como meu Juliano. Agradeço a Deus pelo meu anjo estar aqui, ao meu lado. Por ele poder sorrir pra mim. Agradeço a tudo em que acredito por não ser privada da presença da minha luz, aliás, minhas luzes, Flavia está bem, enorme, falante... tudo que João Hélio poderia ser, se chegasse a idade dela.

Imagino a dor dessa família, dessa mãe. Só imagino, de longe, já que ninguém, nunca, vai poder sentir o que eles sentem, ninguém vai poder aliviá-los. Minha sexta-feira foi um dia de cão! Perdi todo humor e toda vontade de seguir com o dia após ler aquilo. Perdi o restante da fé nessa coisa que chamam humanidade. Desde as primeiras horas da manhã de sexta, eu só pensava em deitar pra dormir ao lado do meu menino, num rompante de egoísmo, sem pensar se poderia ajudar aquela mãe, eu só queria abraçar meu aborígene e acalmar meu coração. Fui egoísta, como todos os que amam, mas queria poder fazer algo. E é esse maldito sentimento de impotência que só me faz piorar. Sei que, como eu, muito mais gente deve estar pensando no que leva alguém a cometer uma barbaridade dessas, mas não quero saber o motivo, só queria que eles fossem executados, em praça pública. Pena que isso não é do 'jogo', como dise um amigo meu. Pena!

LUTO!